segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Meu Vinho Natureba: projeto da Faccin Vinhos transforma apreciadores em vinhateiros




Você que é um apreciador de vinhos já pensou em fazer parte de todo o processo de elaboração?

Elaborar o próprio vinho, acompanhando todas as etapas da vinificação, desde a colheita das uvas até o engarrafamento e rotulagem do produto, é algo que desperta o interesse de todo apreciador. Para atender a esta demanda, a Faccin Vinhos, uma pequena vinícola no interior de Monte Belo do Sul, acaba de lançar o Meu Vinho Natureba, que permite aos participantes a chance de se tornarem vinhateiros por meio da produção de um vinho de autoria coletiva. O projeto é pioneiro no Brasil envolvendo a vinificação natural, em que a fermentação se inicia a partir de leveduras selvagens contidas nas cascas da própria uva, sem adição de sulfitos e sem correções alcoólicas, estabilização e filtragem. Ou seja, intervenção mínima durante o processo.
“O vinho natural está cada vez mais em ascensão, em razão de consumidores que querem uma alimentação mais saudável e buscam um vinho assim também. É isso que buscamos em nossos produtos: algo que nos faz bem”, explica o tecnólogo em horticultura Bruno Faccin, 28 anos, proprietário da vinícola ao lado do pai, Antônio, 60.
Iniciada na última sexta-feira (17), a primeira turma reúne nove inscritos de quatro Estados (Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) e do Distrito Federal. Até novembro, o grupo retornará à Serra gaúcha em outras duas datas para dar continuidade ao programa. No primeiro encontro, os “vinhateiros amadores” foram recebidos pelos proprietários e, em seguida, colheram as uvas da variedade Pinot Noir que darão origem ao vinho exclusivo.
“Estou muito feliz em participar deste momento, pela possibilidade de acompanhar todo o processo de elaboração mais natural e poder participar das tomadas de decisão. Os vinhos naturais estão em alta, e nos últimos anos tenho estudado muito. Antes de estudar, não tinha noção de como era o processo todo”, comemora o contador e gastrônomo brasiliense Daniel Alves de Andrade, que atualmente cursa uma especialização na área de vinhos.
Do vinhedo, as uvas colhidas são levadas para a vinícola, onde tem início a vinificação. Primeiramente, os cachos são despejados na desengaçadeira, onde o bagaço é separado do mosto, como é chamada a mistura dos grãos esmagados (polpa e cascas) que será fermentada. Por até sete dias, o mosto permanecerá em tanques para que a fermentação se inicie espontaneamente. Após prensado para a extração dos líquidos, o mosto será trasfegado para outro tanque.
Ali, o líquido permanecerá até o mês de julho, quando o grupo voltará a se reunir para dar continuidade ao processo, incluindo novas trasfegas para oxigenação do produto e separação das borras, além de degustação. Ainda no segundo encontro, os participantes começarão a definir os detalhes do rótulo personalizado.
O último encontro, em novembro, será o momento do engarrafamento e da rotulagem das garrafas. Ao final do projeto, cada inscrito receberá 50 garrafas do produto.
“Conhecemos a vinícola por meio de uma amiga sommelière, em São Paulo. Viemos para a Serra gaúcha em dezembro e conhecemos aqui. Ficamos apaixonados pela filosofia que pregam. Acabamos nos tornando amigos”, salienta a produtora cultural Raquel Machado, de São Paulo. Estudante de sommelier na capital paulista, ela acrescenta que a experiência no projeto da Faccin Vinhos irá contribuir para consolidar o aprendizado teórico das aulas: “Queríamos ter uma experiência real”.
“Sem falar que a energia e autenticidade da família são demais”, completa o marido, Sérgio Escamilla, também produtor cultural.
Meu Vinho Natureba foi desenvolvido por meio do projeto Enoturismo na Serra Gaúcha, do Sebrae RS, com consultoria da turismóloga, mestre em Turismo e especialista em Enoturismo Ivane Fávero.

Vinho laranja na próxima turma


Inscrições e outras informações: www.faccinvinhos.com/contato.



sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Piquenique Orgânico na Estrada do Sabor - Garibaldi





A Estrada do Sabor é um dos roteiros turísticos que mais gosto em Garibaldi, na Serra Gaúcha...a beleza do interior aliada ao trabalho das pessoas que compõem a rota para receber bem, faz toa a diferença.

A busca por uma vida mais leve, guiada por hábitos alimentares saudáveis e pelo respeito ao meio ambiente, mobiliza um número cada vez maior de pessoas. Atenta a esse movimento em direção ao bem-estar, a Orgânicos Mariani, empreendimento rural localizado na Linha 15 da Graciema, a 12 km do Centro de Garibaldi, lançou no sábado, 11 de janeiro, o Piquenique Orgânico, nas versões vegana, vegetariana e colonial. Com o objetivo de agregar valor aos itens produzidos na propriedade por meio do turismo rural.
Ao adquirir a experiência, o turista recebe uma cesta recheada de produtos, que podem ser consumidos em diferentes espaços, desde pallets e almofadas espalhados debaixo de árvores no jardim até mantas e esteiras dispostas sob a sombra dos parreirais orgânicos nos quais são cultivadas uvas Isabel, Bordô e Niágara para elaboração de vinhos e sucos. Outra opção é o antigo galpão, com mesas e cadeiras. Para desfrutar do Piquenique Orgânico é necessário reservar com, pelo menos, 24 horas de antecedência. Cada cesta, para até duas pessoas, custa R$ 65,00.
“Começamos a produção agroecológica em 1999, para consumo da família. Também costumávamos presentear amigos com produtos orgânicos, e as pessoas começaram a querer adquirir os alimentos. Até que começamos a produzir em mais quantidade para atender a esta demanda”, conta a empreendedora Salete Arruda da Silva, 52 anos, que trocou um emprego na área de Recursos Humanos para dedicar-se integralmente à agricultura.
Em 2001, com a criação da rota Estrada do Sabor, o negócio da família passou a receber um fluxo maior de visitantes. No mesmo ano, o empreendimento conquistou a certificação de produção orgânica. A Orgânicos Mariani também integra a Via Orgânica, inaugurada em 2016.
Para atender aos mais de 100 visitantes mensais, Salete divide as tarefas com o marido, Jorge Mariani, 48, enólogo, e os filhos, Jorge Júnior, 20, estudante de Agronomia, e Júlia, 16, acadêmica de Enologia. Além de uva, a família produz outros itens, como laranja, bergamota, lima, figo, pêssego, caqui, tomate, manjericão, batata inglesa, feijão e milho, entre outros. Alguns deles podem ser colhidos diretamente do pé pelos turistas.
“Vários dos nossos clientes começaram como turistas. Atualmente, 100% da nossa renda vêm da agricultura sustentável, e é muito gratificante. A gente fica muito feliz de compartilhar alegria e trocar conhecimentos. A gente aprende todos os dias. São pessoas que se preocupam com o meio ambiente, com o planeta, que têm um olhar melhor para o mundo”, orgulha-se a empreendedora rural, acrescentando que, atualmente, a maior parte dos turistas vêm de São Paulo e Rio de Janeiro, além de diversas cidades do Rio Grande do Sul.
O Piquenique Orgânico é resultado de um trabalho desenvolvido por meio do Investe Turismo, programa do Sebrae, Ministério do Turismo e Embratur que tem por objetivo acelerar o desenvolvimento, aumentar a qualidade e a competitividade e gerar empregos em rotas turísticas estratégicas do Brasil.
“Trabalhar com a família Mariani é trabalhar com uma família que busca o bem viver, mas não só para eles, para todas as pessoas que, de alguma forma, contatam com eles. Visitá-los é entrar num outro mundo, em que o que vale é o cuidado com o meio ambiente e a relação com as vidas que chegam até lá. Eles recebem muitas pessoas que têm essa mesma filosofia de vida e que optaram pela alimentação vegetariana e vegana. Por isso, além do piquenique colonial, desenvolvemos o piquenique vegetariano e o vegano”, explica a turismóloga, mestre em Turismo e especialista em Enoturismo Ivane Fávero, que no projeto dos Mariani atuou como consultora do Sebrae RS.
Em sua manifestação o Secretário de Turismo e Cultura, Paulo Salvi destacou a família Mariani como exemplo de empreendedorismo, pois sempre estão inovando e atentos às demandas das pessoas de viver novas experiências, “o produto lançado hoje de forma inédita é um exemplo da conexão com as mudanças de hábitos na alimentação, preservação do meio ambiente e valorização dos produtos locais, estamos felizes por mais esta iniciativa, que só fortalece o destino Garibaldi, a Capital do Espumante”, declarou.
O Prefeito Antônio Cettolin ressaltou a trajetória da família Mariani e seu pioneirismo com os produtos orgânicos, “para Garibaldi é um imenso orgulho ter pessoas como nesta família, que está em sintonia com as mudanças e busca através de sua propriedade oferecer bem estar e saúde a quem nos visita” destacou.


Foto: Lúcia Fávero Moraes

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